Manhã

Raios de sol perpassam sua pele

Uma brisa matinal sopra em seu rosto

A negatividade instantaneamente se repele

Um novo dia se faz, traz consigo outro gosto.

Escorre o café amargo, escuro, denso

Cheira-se pelo ambiente o pão saído do forno

Na xícara dá-se o primeiro gole tenso

Nasce o dia com pão fresco e café acidentalmente morno.

Adequa-se à máscara social

Vestimenta, calçados, cabelos e comportamento

A casa deixa em busca de capital

Dá-se largada a uma grande jornada de duro tormento.

Cansado retorna, o sacrifício foi feito

Chora ao banho isolando o ouvido

Recusa-se a ouvir batido o sofrimento do peito

Indaga então: terá mais um dia vivido ou terá, no fim, existido?

Dorme aos prantos

Estrelas no céu avisam a meia noite

Destes dias virão tantos

Que a manhã o afoite.