A INVEJA

VERSOS DECASSÍLABOS

Cópia de habilidade das simbioses,

Eu e a profilaxia das viroses,

Afastamo-nos deste olho animal,

Que come a nossa paz pelas mucosas,

Mordendo-nos com pálpebras gulosas,

Olhando-nos com boca sepulcral!

Ácido corrosivo das sicoses,

Em doses paliativas das morfoses,

Eu e meu lado pútrido humanal

Vítimas da energia laboriosa,

Suga-nos de maneira silenciosa,

Envolve-nos em seu vil ritual!

Cérbero a propagar vis cinomoses

Tricéfalo bestial em escleroses

Porteiro mordaz desta ânsia infernal:

A sorte alheia é tão perniciosa.

- Era minha esta vida venturosa!

Não deles! Esse bando de boçal!

A Inveja empena a alma feito lordose...

É irmã da cobiça, e da esteatose,

E o terceiro pecado capital.

Olha-nos de maneira rancorosa

Querendo nosso mal em verso e prosa,

Mas sempre a derrotamos no final.

Pois de um desejo, primo das psicoses,

No afago das pupilas em neuroses,

Faz brotar da alma pus da angústia e fel;

Enquanto eu, no reflexo bom, na esquiva,

No bojo da sextilha em perspectiva,

Não ergo a espada e impreco o meu broquel!

Participações:

1ª Sextilha: Fábio Resende

2ª Sextilha: Hélio J.Silva

3ª Sextilha: Paulino Lima

4ª Sextilha: José Rodrigues

5ª Sextilha: Poeta Carioca

José Rodrigues Filho, Fábio Resende, Hélio J. Silva, Paulino Lima e Poeta Carioca.
Enviado por José Rodrigues Filho em 28/04/2019
Reeditado em 28/04/2019
Código do texto: T6634345
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