Você é apenas uma folha perdida do outono;
Que veio e vu-uu-uu! Caiu levemente na grama verdinha;
Ficando a alma presa no galho da árvore querida;
- Tchau! Vou ficar aqui na grama fria e macia;
Sendo pisada por coisas com braços e pernas;
Que não tem nem coração, nem alma que presta;
Ficando sozinha, sem suas amiguinhas;
Mas não fique triste, o fim chegará logo;
E você, folhinha, será levada daí, para algum lugar beeeem loooonge;
Onde, em seu lugar, outra folhinha cairá;
E sentirá, o que é estar sozinho, mesmo em baixo dos próprios amigos e abrigo;
Oh! Não chore, as folhinhas são assim;
Olhe só! Lá vem uma lagarta, mesmo que grite ou sufoque com o choro, com suas lágrimas de uma cadáver recém morto;
Nada irá ajudar-lhe, folhinha;
Eu sinto muito;
Lá em cima, ela tem outra para substituir-lhe;
E ocupar seu antigo título, de suposta, folhinha amiga.
Tikva
Camila Andrade