Sonho

No meu sonho mui fabril

Construo perfeição divinal

Um mundo de sol primaveril

E felicidade sem igual

Na juventude fim não se vê

Energia torna às pernas cansadas

Correr livre no eterno amanhecer

Da existência paixão renovada

O calor me invade o coração

E ilumina radiante minha alma

Saído aos prados, sem direção

Euforia em jardins de pura calma

Árvores e frutas, explosão de cores

Pólen, pássaro, abelha, borboleta

Lanço-me sobre tapetes de flores

Afundo em piscina violeta

Nos meus sonhos, faço o que quiser

Pois da realidade totalmente esqueço

E de mim retiro uma bela mulher

Do meu lado, enquanto adormeço

E ela naquela piscina amo

Paixão de furiosa delicadeza

Cresce no peito, como um ramo

Àquela flor de única beleza

Mãos deslizam pelo corpo aveludado

Perfume exala do carnal estigma

Olhos vislumbram seu brilho perolado

E mergulho no profundo enigma

Daquela piscina de mulher e flor

Úmido orvalho violáceo

Onde afogo em meu próprio amor

E revivo no sonho opiáceo

Eudes de Pádua Colodino
Enviado por Eudes de Pádua Colodino em 25/09/2019
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