Nostalgia.
Eu não posso conceber o tempo que corre.
As águas de um rio em fluxo constante.
Só há um lugar para o passado na história.
O ontem deve ficar no ontem.
Meus olhos percorrem as fotos,
Sob memórias obstinadas.
Talvez, eu me permita sentir saudades,
Mas, eu sei que não sinto falta.
São outros olhos em outros tempos,
Agora, eles já adquiriram um novo brilho.
Há tempos, eu percebi que não derramo mais lágrimas.
Dando tempo ao tempo, esperando ele para cicatrizar
O passado que eu amputei,
Na esperança de que a doença não se espalhasse.
Declinando das lembranças e das flores murchas.
Dores inúteis e horas desperdiçadas.
Não há mais o mesmo sabor em minha língua,
Por que diabos, eu insisto em seguir falando?
Há apenas a navalha e pequenos cortes em meu coração.
A nostalgia refletida nos cortes mais antigos.
Onde nunca houve sentido,
Tão somente, a metafísica que eu mesmo apliquei.