REVOADA

Quem vem de lá em revoada,

Trazendo nesta arribação,

Os humores de uma jornada?

De que terras viestes?

Que amores cultivastes?

Que sonhos extraviastes,

No abandono de uma paixão?

Desejo conhecer tua estória

Visitar os teus portos seguros

E os desterros dos teus augúrios

Entender os teus desentendimentos

Me pender aos teus arrependimentos

E me perder nesses teus movimentos

Tens alguma poesia para declamar?

Pelo menos, uma rosa para ofertar?

Ou então um coração para se amar?

Do verso, da flor e do amor

Não há o que se lamentar!

Deles tudo pode se esperar!

Mas necessito compreender

Todas as tuas indolências

E também tuas urgências

Não me recuses este conhecimento!

Preciso me fazer em convencimento!

Já convivo muito com o sofrimento,

Que, à socapa, se perenizou no pensamento.

Quem sabe me pego em encantamentos,

E vá contigo para algum firmamento?

E voas comigo para o esquecimento?

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

Direitos reservados. Lei 9.610/98

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 07/10/2019
Código do texto: T6763782
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.