AS MÃOS DO TEMPO

É certo

Que o tempo corre.

Tão ligeiro escorre

Pelos dedos,

Pelos medos,

Pelos receios,

Pelas dores,

Pelas cores,

Dos amores

Bem cheios

Tão vazios!

Pavios

Que queimam

Até a explosão.

Navios

Que navegam

Na imensidão.

O tempo voa

O tempo soa

O sino da nova estação

De uma outra gestação

E assim vamos cumprindo

O ritual de se viver bonito

À sua revelia

Nos moldando de infinito

Nos transformando

E nos transferindo

Para outro vagão

Nova composição

Um novo trilho

Nessa liturgia

Seja pela poesia...

Seja por um filho.

Então seguimos vivos

Pela sobreposição de cada mão

De cada nova existência

De outra descendência

E ao tocá-los, nos eternizamos

E passamos a morar no coração

Daqueles que tanto amamos.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 09/10/2019
Código do texto: T6765614
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