Minha rainha

E agora que o herói sou eu?

E todo o meu séquito fala uma língua diferente?

O meu castelo não existe mais

A dama desse jogo é tão inconsequente…

No tabuleiro dessa existência

Enfrento inimigos e os batalhões

Grandes exércitos e seus canhões

Mas curvo-me diante da beleza rara

Dessa rainha de alma tão clara

Agora sou eu o rei

Sou grande e sou também juiz

Por meu decreto incontestável

Temos a obrigação de ser feliz

Minha bela dama, fiz coroar

Em minha alma posso admirar

Sua beleza sem qualquer censura…

Em seu corpo encontro a cura

Dos males do meu velejar

das desventuras de um herói anônimo...

Toda ternura desse olhar lacônico

Me faz assim tão diferente, pequenino…

Não, não vá embora

Não fuja agora desse grande amor

Fique e finja que agora eu sou

O seu destino, sua fera mansa

Na sua mão só uma criança, apenas um menino...

Vem, me dê a mão

A inocência em nós agora impera

Não precisamos ter nenhum medo

Toda a maldade que era ficou tão distante

Não temos mais como guardar segredo…

A gente nem tinha existido

Quando o bandido da maldade apareceu

Nem mesmo ainda eu era eu

E você em cena ainda ensaiava

Ser minha dama, minha namorada…

E agora, que rei sou eu?

Se o faz-de-conta vira realidade;

Fui condenado a ser só um plebeu

Nessa noite que não tem mais fim

Virei um louco que vive a contestar

Toda saudade que habita em mim…

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 25/01/2020
Código do texto: T6850046
Classificação de conteúdo: seguro