A praga

O medo se alastra,

a cor do mundo é azul-terror

sem vida, o parasita devasta

outras vidas, sem distinguir raça ou cor

Todos esperam um pesadelo letal

a praga que dormia, acordou de repente

A calamidade não é mais local,

despontou como o sol no oriente

Antes víamos a beleza do horizonte,

cantávamos a história de forma canônica

agora a máscara cobre nossa fronte

gripe espanhola, varíola, peste bubônica

O leito é um esquife

as vidas, uma só trincheira

da prevenção não se esquive,

nada disso é mera brincadeira

Há um desespero na palavra doença,

lembra a mazela que não está em nosso poder,

nos anima a ideia de convalescença

fácil e frágil, se não fizermos por merecer

Nesses tempos, o caos é um grande mestre,

a luta convida a humanidade a se unir

contra um ódio tão rupestre

que exalta o quanto ainda está por vir

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 16/03/2020
Reeditado em 30/10/2021
Código do texto: T6889433
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