Abstração

Saiba que tua hora chegou:

Tuas palavras não convencem

Pouco mostram da (real)idade

Muito levaram-me a refletir...

Sim! Chegou tua hora!

Digo-te adeus! Sem lágrimas

Pois não choro, pura altivez,

(ou rio, por mera puerilidade...)

Não! Não rias de mim!

Os sentires que provei

O valor que eu te dei

Não o pediria de volta...

Sim! Chegou minha hora!

Digo-te adeus! Sem sorrir

Pois não rio em despedidas

(ou choro por desilusões...)

Não! Não rias de mim!

A graça que não estampo

Nesse agora, sério porvir

É des-graça não almejada...

Sim! Chegou nossa hora!

Tu ris, eu não rio... busco!

Há motivos para eu achar

(uns motivos para sorrir...)

Não! Não rias de mim!

Pois não (me) lamento

Nem por ti, nem por tua

Triste mania de mentir...

Saiba que tua hora chegou

- não que isso te importe -

Pouco tens de fidelidade e,

(muito, da frieza a digerir:)

rio agora... simplesmente abstraí.

(Grata interação de Antônio Souza):

E se ainda quiseres rir

de mim não será, morto estás

Convivendo contigo eu aprendi

Mentiras e desamor não me satisfaz.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 06/04/2020
Reeditado em 08/04/2020
Código do texto: T6908760
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