Abstração
Saiba que tua hora chegou:
Tuas palavras não convencem
Pouco mostram da (real)idade
Muito levaram-me a refletir...
Sim! Chegou tua hora!
Digo-te adeus! Sem lágrimas
Pois não choro, pura altivez,
(ou rio, por mera puerilidade...)
Não! Não rias de mim!
Os sentires que provei
O valor que eu te dei
Não o pediria de volta...
Sim! Chegou minha hora!
Digo-te adeus! Sem sorrir
Pois não rio em despedidas
(ou choro por desilusões...)
Não! Não rias de mim!
A graça que não estampo
Nesse agora, sério porvir
É des-graça não almejada...
Sim! Chegou nossa hora!
Tu ris, eu não rio... busco!
Há motivos para eu achar
(uns motivos para sorrir...)
Não! Não rias de mim!
Pois não (me) lamento
Nem por ti, nem por tua
Triste mania de mentir...
Saiba que tua hora chegou
- não que isso te importe -
Pouco tens de fidelidade e,
(muito, da frieza a digerir:)
rio agora... simplesmente abstraí.
(Grata interação de Antônio Souza):
E se ainda quiseres rir
de mim não será, morto estás
Convivendo contigo eu aprendi
Mentiras e desamor não me satisfaz.