Trincheira

Anda a tristeza de passagem

Mas não ligo, nem obedeço

Por temor, não tenho apreço

Salto pedras, empurro troncos

Caminhos agrestes e escarpados

Mais me seduzem a caminhada

(Não há só flores nessa estrada)...

Já tentou a tristeza me abater

Não tombei, nem me permiti

Mesmo dorida, jamais desisti

Na linha de frente, guerreando

Não me quero tola, ora insana,

Antes o agora que o passado

(Espinho que inflama, nó atado).

Vai tristeza, não és bem-vinda!

(Honrada pelas interações)

Querido amigo F. Santos:

Nas trincheiras em que vivo,

nos nós que desato,

das pedras em que salto

já sou professor.

Se a vida é tropeço

eu bem que mereço

carregar esse andor,

entre rosas e espinhos

eu abro caminho,

me jogo pra frente

porque a vida não mente

que é tudo aquarela

eu então não dou trela

e resgato o que é meu.

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Querido Mestre Jacó:

A poesia tem protegido,

Este ser que represento.

Nela faço meu assento,

Para manter-me erguido...

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 14/04/2020
Reeditado em 15/04/2020
Código do texto: T6916609
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