Seguir
Sento ansioso nos trilhos do trem
Esperando uma composição que nunca vem
Sonhando que ela poderia me levar além.
Olho para a estrada sem saber para onde ir
A direção nem conta, o que interessa é seguir
Não posso mais ficar aqui, preciso partir.
Onde quer que esteja, sempre pareço um clandestino
Neste labirinto não consigo me conectar com meu destino
Quero correr para longe e gritar em total desatino.
Preocupado em chegar a algum lugar, não percebo o caminho
Vago a esmo na multidão com a sensação de estar sozinho
Não preciso de mantimentos, só um pedaço de pão e uma taça de vinho.
É imperativo decidir dar o primeiro passo
Desatar definitivamente o corriqueiro laço
Fazer com as minhas próprias mãos cada traço.
Não sei o final, mas certamente isso não importa
O que preciso é sair e trancar de vez essa porta
Renascer um outra vida, pois esta já está morta.