O caminho

Nos buracos deste estranho caminho

A estrada teima em desaparecer a cada passo

Os pés pisam no vazio,

Mas os joelhos registram os tombos, um a um

No caminho não há placas

Não há indicações

Não há qualquer alusão aos perigos

Não há faixas de segurança

Às vezes falta luz

Outras vezes falta horizonte,

É noite densa como asfalto

É dia difuso na neblina da alma,

Os olhos não enxergam bem

Mas todos os sentimentos avisam

Que no caminho não há nada

Além daqueles que fazem com que haja um caminho.