Laços

Difícil abandonar velhos laços

Livrar-se do titereiro que controla seus passos

Escrever sozinho seus próprios traços.

Há conforto na prisão da teia

Em dividir o peso com a mão alheia

Não ser só um apócrifo grão de areia.

Ser mais que que a areia na ampulheta

Aquela bola solitária caída na canaleta

Ter efêmeros e raros brilhos como um cometa.

É preciso, mas não é fácil tomar as rédeas do seu destino

Ser o único responsável por sua sanidade e pelo seu desatino

Crescer é muito bom, mas dói , grita o seu eterno menino.

Que cada ínfimo laço dolorosamente partido

Não seja apenas um caminho abandonado e esquecido

E sim um grande ensinamento, assimilado e aprendido.

Ello
Enviado por Ello em 13/06/2020
Código do texto: T6976207
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