Domingo
Domingo, mas poderia ser qualquer outro dia da semana
Neste isolamento social, o tempo muito nos engana
Limitamo-nos a sobreviver de forma quase insana.
Domingo que não é mais limite e novo começo
Mais um dia igual, sem sair do mesmo endereço
Sem pós sábado, sem cansaço gostoso, sem apreço.
Domingo, sem almoço especial e silêncio diferente
Sem futebol, sem torcida, sem comemoração, sem gente
Domingo da emoção velada, aprisionada, latente.
Domingo de silêncios e de pseudo paz
Domingo de olhar distante e perdido no cais
Domingo pobre, sem aquele algo mais.
Domingo sem abraços, beijos e toques
Lágrimas ouvindo velhos e saudosos rocks
Sem ajustes finos, sem os necessários retoques.
Domingo sem reforçar ou criar novos laços
Sem novos caminhos, veredas e passos
Domingo dos sorrisos cada vez mais escassos.
Domingo sem a velha esperança sendo renovada
Sem sentir-se mais a frente na longa estrada
Domingo que parece significar quase nada.