RUAS PROFANAS

Vidas sem rumo das nuas calçadas

Em busca dos sonhos outrora perdidos

Saem pro mundo que a noite é chegada,

Trazendo nos olhos os ideais esquecidos,

Vidas sem rumo das nuas calçadas.

Ruas profanas que levam os sonhos

Nos guetos perdidos que o mundo não vê

Dividem ocultos desejos medonhos,

Murmúrio de bocas que dizem não crê,

Ruas profanas que levam os sonhos.

Breves sorrisos nas caras sofridas

Revelam tormentos que a vida traduz,

Felicidade que foge na longa avenida

Escapa dos dedos mais rápido que a luz,

Breves sorrisos nas caras sofridas.

Escusos encontros das ruas profanas,

Segredos deixados em quatro paredes

São frutos perfeitos de vidas urbanas,

Prazeres sentidos de corpos com sede,

Escusos encontros das ruas profanas.

São ecos do mundo que vivem a noite

Que fogem da sorte e da solidão.

São vidas que sofrem eternos açoites

Buscando nos guetos seus sonhos, então,

São ecos do mundo que vivem a noite.

Bonito/PE, 28/10/1991

Manoel de Paula
Enviado por Manoel de Paula em 23/06/2020
Código do texto: T6985391
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