Eu não vim a passeio
Eu não estou aqui a passeio
Não ando com a mão no freio
Vivo intensamente sem receio.
Eu me dirijo sempre ao norte
Não me escondo atrás do forte
Acredito mas não dependo da sorte.
Eu não tenho medo de Amar
Não reluto em me entregar
Nunca deixo de sonhar.
Eu subo até o alto do monte
Vislumbro e aprecio o horizonte
Bebo tranquilo água da fonte.
Eu jogo cartas, pedras e moedas
Sobrevivo quase incólume as quedas
Leio no idioma original os Vedas.
Eu faço periodicamente Revolução solar
Declamo meus poemas até cansar
Não me assusto ao ver um planeta retrogradar.
Eu pergunto a Delphos e ouço a resposta
Escancaro minha alma e a deixo exposta
Desafio o destino na mais louca aposta.
Sou todo, sou pleno, vivo no limite
Sou insaciável, sempre tenho apetite
Marcarei minha passagem, acredite.