Amor próprio

O mesmo corpo que devoro pela manhã, rechaço ao anoitecer.

Minhas carnes de seda amanhecem feiticeiras, mas adormecem áridas e infladas, sem encanto.

Despida. Desnuda.

Tão fogo. Tão água.

Tão aurora boreal.

É rara, é coisa cara.

O cheiro das gotas

E o gosto das horas.

Gostosa. Suplicas!

Não cedo a caprichos inócuos.

Mereço amor, menos o próprio.

Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 19/09/2020
Código do texto: T7067009
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.