DA FALTA QUE NÃO FAZ
Na vida em cadeia
Em que tudo afeta o todo
As mutações se multiplicam
Desafiam qualquer controle
Se nada é estático
A imprevisibilidade ronda
Por mais que se iluda
Com o saber conquistado
A humanidade tateia
Vendada que está
Mas soberba crê
Que domina soberana
Mera ilusão de quem
Cego pela arrogância
Não admite sua pequenez
Ante toda engrenagem
Que por si se movimenta
Independe das peças
A tudo se adapta
Tamanhas as leis naturais
Que num piscar de olhos
No arrebentar das ondas
Tornou ameaçador o ar
O combustível que os mantém
Que não seja em vão
Encarar a fragilidade
A crueza da realidade
Da falta que não faz...