Velho caderno
O velho caderno guarda poesias inacabadas
Nuvens de algodão que não foram moldadas
Estradas vicinais que ficaram inexploradas.
Universos que não se formaram
Sonhos promissores que não acordaram
Palavras e frases que se calaram.
Segredos que não foram revelados
Sentimentos jamais vivenciados
Desenhos apenas rascunhados.
A dor inigualável do que ficou no meio
Não seguiu em frente por puro receio
A insegurança que fez puxar o freio.
Um tempo que dolorosamente não volta mais
Um barco que apodreceu abandonado no cais
Sementes afogadas em subterrâneos mananciais.