Debulhar Do Tempo

Mãos calejadas

Madrugada fria

Feijão cor da esperança

Arrancado do chão

De quem fez do suor

Seu alimento

Enxada seu instrumento

Pão nosso

De todo dia...

Fome que não se acaba

Na Serra cor da minha tez

Se se planta

Se colhe

Lida...

Colhe este olhar

Cheio de vida

Cheio da sabedoria

De quem conhece

Que pra debulhar o feijão

Precisa ter mãos cheias do digno suor

Que não só jogou a semente na terra

Cuidou pra não virar fome

Fome que mata gente

Mutirão família parente

Mais que agente

Mais que a Serra

Mais que a terra

Broto deste chão

Cheio de Severínos

Farinha arroz e feijão...

Curumim Amazônico
Enviado por Curumim Amazônico em 15/10/2020
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