Debulhar Do Tempo
Mãos calejadas
Madrugada fria
Feijão cor da esperança
Arrancado do chão
De quem fez do suor
Seu alimento
Enxada seu instrumento
Pão nosso
De todo dia...
Fome que não se acaba
Na Serra cor da minha tez
Se se planta
Se colhe
Lida...
Colhe este olhar
Cheio de vida
Cheio da sabedoria
De quem conhece
Que pra debulhar o feijão
Precisa ter mãos cheias do digno suor
Que não só jogou a semente na terra
Cuidou pra não virar fome
Fome que mata gente
Mutirão família parente
Mais que agente
Mais que a Serra
Mais que a terra
Broto deste chão
Cheio de Severínos
Farinha arroz e feijão...