Chão de estrelas.

Vida, meu chão

Assoalho meu, brilhante

Preciso de ilusão por onde eu piso

Energia renovada

Excetuada essa alegria

Escondida atrás das cortinas do tempo

Termina que resulta em nada

É só pura realidade

É preciso ter coragem

Pra atirar tantos duendes à lareira

E enxergar que atravessou a vida inteira

Pisando sobre um chão feito de estrelas

Iguais àquelas lá do céu

Eram tudo, a vida inteira, folhas

E tempos e ventos e telhados

Velhas telhas

Nada que nos faça diferentes, nem melhores

Que as folhas e as abelhas

O chão de estrelas

Tinha o mesmo formato das calhas

Por onde escoa a chuva, que carrega as folhas

Parecia ser bonito

Parecia haver escolhas

Parecia até ser boa

Mas estava desde sempre tudo escrito

Era tudo uma ilusão sem chão que se cumpria à toa.

Iludir-nos

Era a parte que nos cabia.

Edson Ricardo Paiva.