A LUTA
Sou o homem na caixa
Talvez de descartáveis
Ou de concerto
Talvez até de usáveis
Mais estou na caixa
Minha reação à isso
É a revolta
Em forma de silêncio
Meus olhos castanhos observam cada movimento
Enquanto por tanto
Tenho que me esforçar e me cobrar
Para um recibo pouco
onde vejo mais esperanças nas palavras em efeito do que nas ruas de meu bairro abandonadas pelo prefeito
O passado é algo tão desejado que me faz voltar aos livros e pensamentos de evolução
Não consigo comprender o agora
Minha falta de experiência é uma luta contra as ações erradas
Se falaram de mim?não sei
Mas corro para um destino inevitável
Não quero o coma
Não quero o drama
Nem minha falência mental
Apenas um dia calmo
Antes tinha tantos
Antes....
Já disse que vou conquistar
Mas me vem à cabeça o sentido de no final não ter sentido
E ser abatido por um vazio infinito
Minha luta
Minha sina
Um homem disse que nessa sociedade fraca é facil ganhar
Ser o destaque para que alguém venha a te atacar
Filhos insatisfeitos
Fazem pouco e te olham com ódio
Quando durmo e sonho tudo me remete a luta
De falar a verdade com pequenas mentiras
De fazer poemas com tamanha maestria
(Apenas o ego rejeite)
De ser o fardo próprio de sonhos mortos
Minhas costas aguentam
Sei que posso
Sou o homem na caixa
Sou reciclável
Sou o brinquedo velho
O livro empoeirado
Sou o martelo
O prego enferrujado
Mas estou na caixa
Não só
Uma caixa cheia e apertada
Sufocante
Quente
Entediante.
Sim sou eu contra o mundo
Contra tudo
Enquanto uso a muleta metafórica da caixa
Usadas por tantos
Só venho afirmar e lembrar a mim
Que sou a luta
De águas claras
E terras fartas
Que não tenho duas caras
Que não tenho pouca armas
Estou na caixa.