O Filete

Leito amarelado

Bem cuidado e ensolarado

Sedia o seu descanso, bem guardado

Tegumento fragilizado

Senhorita, bem amada

Me envolve em seu cuidado

Chego a ti, mal-amado

Queixo-me de dias cinzentos

Do alento frio e azedo

Dissolvendo-se em meus dedos

A cada instante que o meu hoje

Passa a se chamar ontem

Dou-lhe a mão

Peço-lhe a benção

Apazígue esta emoção

Acalme esta tormenta

Que rouba ou meu direito de ser

São

Você alisa este braço

E reafirma este laço

Tão amarelo quanto março

Enche de vida, tudo o que eu faço

Meu tegumento, alimentado por seu astro

Amor, tão vasto

Teu canto de esperança, tão casto

Afugenta tudo o que há de mais

Nefasto

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 13/06/2021
Código do texto: T7277894
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