Anotações de Junho

Sei que vários dias se passaram

Sei que te ignorei tempo de mais

Perdoe-me pela ausência, estava sufocado

Tudo o que desejei foi um minuto de paz

A vida se tornou um fardo tão pesado,

Que acabei me deitando em qualquer lugar, sei lá

Só queria respirar um pouco, sabe? Dormir um bocado

Por isso não te liguei... não liguei para você

Perdoe-me, não fiz por mal, me desculpe, adoro te ter

Tantas foram as noites em drama que vive por semanas

Que nem mesmo minhas lágrimas tiveram permissão para chover

Sei que ainda me amas, então me escute... não me abandonas

Que reencontro ilustre, retornar com tamanha dor em soluços

Senti saudades de você, do seu apoio, de sua simplicidade, de verdade

Fiquei muito tempo no escuro, só agora estou melhor, seguro

Sofri tantos ataques nestes últimos dias, que me senti em um combate

Respiro, aliviado e preocupado com o fim de junho

Aliviado por ter sobrevivido, junto aos meus pais, o que está em toda parte

Preocupado, no entanto, com a saúde daqueles que amo, prezo e cuido.

Quando decidi voltar para você, pensei que seria em liras românticas

Mas, acabei apenas desabafando, sem me ater as linhas das folhas brancas

Não sei se ficarei, não sei se ao escuro me abrigarei novamente

Queria voltar a escrever como antigamente, cinco a seis textos por dias

Mas, agora estou cercado, sem refúgio para pensar e criar contos amantes

Por isso, deixarei aqui essas anotações de fim de mês,

Quem sabe eu volte a escrever,

Talvez.