SEGUINDO  O  FLUXO
 
Tenho alma nômade
ponho-me a conhecer lugares
e pessoas diferentes
 
Tenho sonhos ardentes
desejos de viagens
de andar e andar
Dois olhos, espelhos de sol e mar
Quartos ausentes
de bagagens
de grades
de maldades
de bobagens
 
Vivo o presente
olho pra frente
o passado é como semente
de fruta madura já saboreada
fica guardada
à beira da estrada
sem cor, sem sabor,
para ser lembrada
apenas pelo retrovisor
 
Porém, fica também
no abandono
sem dono, pois suponho
há quem não ligue pra ela
há quem não queira revirar o passado
 
Contrario o roteiro
da minha novela
sou inteiro poeta
indisciplinado por instinto
improviso como sinto
a dor ou o riso
um ator sem juízo
de uma história sem sentido
Mas diga-me:
o que tem sentido lá fora?
Olhe agora
pela janela...
 
Sou avesso a forma
não me prendo a ela
transformo-me
em qualquer coisa
Que voe, que corra,
que ande , que salte,
que morra
e renasça
 
Vida
não falte na minha última cena
vai valer a pena!
Quero vê-la na primeira fila
para desaparecer no seu olhar

Vida
leve-me na sua mochila
prometo não gritar
prometo não chorar
Só quero andar com você
caminhar seus caminhos
viajar no seu destino
sem nunca chegar...
sem nunca chegar...
 

Entardecer na Praia do Jacaré
Cabedelo - Paraíba
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 13/08/2021
Reeditado em 13/08/2021
Código do texto: T7320201
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