Como árvore de Cecília Meireles

A forma harmônica e vital da natureza

É fonte de aprendizados e inspiração.

Seus ciclos e a generosidade das árvores

Se refletem no ser vivo e na sua interação.

A imagem da face se perde nos espelhos.

Há uma distância entre a fala e o que se faz.

O ontem e o amanhã são inalcançáveis.

Tudo o que é efêmero sempre se desfaz.

Desprendimento daquilo que nos prende,

Inexistem respostas ao vento passageiro.

Pensamentos são ondas no tempo atemporal

E a vida é ilimitada, há que se viver por inteiro.

A vida não nos designa caminhos fáceis,

Usufruir da liberdade para o coração voar.

É na contemplação da simplicidade dos gestos

Que há o desejo de se aproximar e pousar.

Desacomodar-se, o movimento é vital,

Para o momento, inexistem explicações,

Nem para a beleza e o perfume das rosas.

É preciso render-se ao ciclo das estações.

Carece humildade para pedir perdão

e para perdoar nossas fases de bolha.

Pois como Cecília: “O vento é o mesmo,

mas sua resposta é diferente em cada folha”.

“Nunca tive os olhos tão claros

e o sorriso em tanta loucura

Sinto-me igual as árvores:

solitária, perfeita e pura.”

@janaina.belle

Palavras Líquidas
Enviado por Palavras Líquidas em 11/09/2021
Reeditado em 09/10/2023
Código do texto: T7339965
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