A prometida

Coração pétrea, pérfido, partindo,

Sentindo a dor da angústia, existindo;

Definhando a existência, dormindo,

Ao sabor dos doces cantos, sorrindo;

Paixão que nunca acaba, nos traga

e nos destrói, nos relembra tárraga,

Porém, se náufraga e logo se recompõe;

Como a vida é tudo o que me compõe,

Existente é o ente; saboreando o labor

De uma doce conquista, sorrindo ardor;

Acérrimo irascível, não mais, contigo

amor continuarei existindo, contíguo

a morte, ao lado, não mais, dentro da vida,

Contigo amor continuaremos a vida,

Que renasce da dor na angústia,

Contigo amor, com esta tua modéstia;

Que vivamos o momento fazendo futuro,

Transmutemos o obscuro em seguro,

Façamos do amor augúrio, pacto com a vida,

A louvemos e ela nos livrará da vida vivida

e fará dela própria imprópria, esquecida

ao labor dos quatro ventos desta vida;

A margem deste vitalismo, levantemos

a insígnia do nosso império, sejamos

homem e mulher, façamos supra-vida

na vida através do amor, que é construída.

Theo De Vries
Enviado por Theo De Vries em 04/11/2021
Reeditado em 02/06/2022
Código do texto: T7378573
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.