A prometida
Coração pétrea, pérfido, partindo,
Sentindo a dor da angústia, existindo;
Definhando a existência, dormindo,
Ao sabor dos doces cantos, sorrindo;
Paixão que nunca acaba, nos traga
e nos destrói, nos relembra tárraga,
Porém, se náufraga e logo se recompõe;
Como a vida é tudo o que me compõe,
Existente é o ente; saboreando o labor
De uma doce conquista, sorrindo ardor;
Acérrimo irascível, não mais, contigo
amor continuarei existindo, contíguo
a morte, ao lado, não mais, dentro da vida,
Contigo amor continuaremos a vida,
Que renasce da dor na angústia,
Contigo amor, com esta tua modéstia;
Que vivamos o momento fazendo futuro,
Transmutemos o obscuro em seguro,
Façamos do amor augúrio, pacto com a vida,
A louvemos e ela nos livrará da vida vivida
e fará dela própria imprópria, esquecida
ao labor dos quatro ventos desta vida;
A margem deste vitalismo, levantemos
a insígnia do nosso império, sejamos
homem e mulher, façamos supra-vida
na vida através do amor, que é construída.