O Conforto do Pântano

Recuso toda a riqueza

Que valsa junto à beleza

Abençoada pela celestial inteligência

Recuso tudo que tira

Minha decência

Aquilo que adianta

Minha senescência

Que pode permutar

Minha juventude

Por vazia

Plenitude

E castiga-me

Com indesejada

Solitude

Esta sujeira agrada-me

À minha maneira

Sopro de poeira

Traz-me alívio

Banho de lama

Prazer infalível

Cega-me do horrível

Que vende-se como fama

E canta

Como santa

Brinca e encanta

Te veste

Como manta

E te usurpa

Tal qual o queimar

De uma lâmpada

Eu não ligo

Eu não ligo mais

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 19/11/2021
Código do texto: T7389305
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