Natal Severino

A madrugada infame exala um odor de metal

Quem diria, uma ave bala voando em pleno Natal

Acertou seu alvo e como de praxe, descansou

E o alvo, coitado, caído na estrada, nem agonizou

Soaram as batidas do sino de Belém:

-Meia noite!

Gritou alguém…

E enquanto isso, largado no chão

Um Severino, andarilho, fez da rua seu caixão.