O fim da valsa

Não há um sino no topo da igreja

pra avisar a hora.

Tampouco, vejo os barris de cerveja

e os festeiros de outrora.

Há alguém? Qualquer um que seja?

Pra começar o agora?

Pois o ontem até hoje pragueja

Contra o futuro afora.

Não há canção pra comemorar.

Mas, a dança não para!

Vidas moribundas ceifadas no pomar...

É o podre fertilizado na cara!

A vida, enquanto aprende a caminhar...

A morte já dispara...

...E avisa os mortos daquele pomar

que a morte tá cara.

Como a dança é sempre pulsante,

qual o destino?

Daqueles cujo a sorte errante

Voa junto?

Se a vida manca é reles militante

ainda buscando seu sino,

me retiro da flora de fauna pedante...

Minha valsa não é um hino.