Ela vive

Triste, totalmente desanimada.

Enxergava tudo de forma negativa, não tinha esperança para nada.

A situação não estava nada boa; e tudo que viria a acontecer, não foi à toa.

Seu principal incontentamento, era o fato de quase tudo estar diferente de seu pensamento.

Não queria ir para casa; não desejava enfrentar os fantasmas que lhe assombrava.

Porém, não havia muita opção.

Fosse como era, teve de ir, vislumbrava uma solução.

Seu raciocínio estava turvo, totalmente confuso.

Decidiu dar um fim para tudo; era algo escuso.

Sem forças, não queria lidar com a vida e seus dilemas.

Pretendia acabar com as tribulações, dar um fim nos problemas.

Escreveu e enviou duas mensagens, quis deixar tudo explicado.

Seria o seu adeus, era o seu comunicado.

Foi difícil ler aquelas palavras, sensação ruim ao receber.

Estando longe, restava pouco a fazer.

Desesperado, precisava fazer uma ligação.

Contactar alguém lá de perto, para tentar a salvação.

Agitação, angústia, espera de notícias.

Num carrossel de sensações, foi feito o possível.

Graças a Deus, o anjo da vez estava disponível.

Foi difícil tirá-la do transe que a levaria ao seu final.

Mas o anjo gritou, convenceu-a do contrário, algo divinal.

A escuridão foi embora, suas lágrimas secaram.

Todos os fantasmas e vultos desapareceram, erradicaram.

Aos poucos, tudo ia se assentando, voltando a normalidade de antes.

Com apoio e uma visão mais otimista, toda a ótica negativa foi ficando distante.

Percebeu que não podemos ter tudo que desejamos.

Mas, que podemos viver bem com o que temos e onde estamos.

Voltou a ver o sol brilhar em sua vida.

Após quase efetivar uma decisão errada, se sentia renascida.

Com o passar dos anos, olhava aquele episódio como um aprendizado.

Era parte do passado, um assunto encerrado.

É preciso encontrar motivações e sempre há razão para estar vivo.

Suicídio, não! Você é importante, saiba que é exclusivo.

Assim como a pessoa que ilustra esse meu poema, na vida, teremos momentos de declive.

Mas, tudo passará; e feliz, lhes digo, ela vive.

(Edu Sene).