A beleza do boteco

Um homem velho

Já sem os dentes

Falando errado

Cantando arrastado

Parece contente

Com a cachaça do lado.

O boteco lotado

Um povo despreocupado

Toda essa gente

Se encontra dormente

Não há ninguém consciente.

Será a cachaça?

Que esconde a verdade

Da pobreza evidente

Que causa nessa gente

Essa falta de vaidade?

Parece não importar

Aqui o povo goza

Toda a gente se entrosa

Cada um com a sua rosa

Com ou sem espinhos.

A beleza do boteco

Me parece singular

Uma expressão do ser

Que vive a festejar

Mesmo sem ter

Condições de brindar.