Viver é lutar
Um homem estava numa estrada
Havia muito tempo que andava
Haviam muitas estradas em que estava
O homem andava, e andava, e não pensava
Em seu caminho aquele homem suplicava
Havia muito tempo de suas lamúrias
Havia muito choro de que reclamava
O homem, sua lamuriosa reclamação, suplicava
De quem é o homem quando amarga seus suplícios?
O homem é da estrada que há muito estava a andar
É da súplica que reclama suas lamúrias, seus arrolhos
Ele não é de ninguém, é seu de seus dilemas, de suas lutas
O homem luta, luta e luta, mas nada muda da luta que o homem luta
O homem não cansa, e até cansa, mas não descansa
Descansa o corpo, descansa a mente, mas não a luta em que luta
Nessa luta, nesse dilema, nessa lamúria, só reclama e sempre luta.