No coração do deserto

Hoje a alma

Ficou tão deserta

Que pude contar

As lágrimas

Que se diluiam no ar

O ar molhado traduz

A falta de luz

A dor da sede

Sem oásis a vista

A alma dilacerada

Se perde

Na solidão do deserto

O sol cansado

De ver

O sofrimento da alma

Se esconde em nuvens

Tão logo o vento sopre

A dor vai dormir

Adormecida sacia a sede

No coração, na vastidão.