Lembra daquele dia?

Lembra daquele dia? Que chorava enquanto sorria? Onde as lágrimas de tristeza e de superação se misturavam?

Eram uma dia como outro qualquer, numa infância difícil, onde faltavam tantas coisas! Comida, roupas, faltavam estrutura familiar. Mas, estranhamente, nunca faltou esperança. Sempre achamos que iríamos vencer!

Isso não deveria ser normal na vida de uma criança. Não se pode usar essa suposta superação para mostrar que é possível crescer diante da dor. O normal deveria ser o amor!

Lembra daquele dia? Que conseguimos não nos importar a ponto de não virarmos bandidos? De não entrarmos totalmente na contramão da vida? Foi um dia que, a alma, marcou! Um pouco de sombra sobre nós sempre ficou.

Eu nem me lembrava mais daquele dia. Daqueles dias que impactaram toda nossa vida, que nos impediram de ir tão longe quanto o nosso potencial permitia. Que deixou um vazio onde deveria florescer o amor.

Foi a terapeuta que trouxe eles à tona.

Mas agora eu me lembro daqueles dias! E não quero mais me esquecer. Quero na verdade dar a eles uma resignificação!