A  relva úmida 
margeia a madrugada,
e tonteia os pássaros 
com seu esplendor.

 

É minha manhã
de falsa prosperidade!

 

Vivo, cada momento nos córrego de águas
junto às sentinelas que se aventuram
no mais fundo dos espíritos.

 

Senão, onde vivo?

 

Lá está meu passado,
que o tempo abraçou,
e não deixou nem rastros,
ficou entre achados e perdidos.

 

Nasci junto aos campos floridos,
vivi nas planícies de sol,
ou encostado às bordas
de qualquer montanha sonolenta.

 

Mas minha vida onde está?


Minha vida?
Corro atrás dela?
Corro atrás de nada?
Corro atrás do passado,
que o tempo comeu!

 

Minha vida, se achei,
se foi.

 

E nisso tudo, pergunto
ao mestre do tempo:
onde?


Onde foi esse hora ?

brincar de esconder ?

 

Lapidar  minha outra dor?

com falsas flores ?


Viver outro tempo de agonia,
no amparo dos esquecidos?

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 19/08/2022
Código do texto: T7585720
Classificação de conteúdo: seguro