Canção de um Exílio Libertário

Minha alma tem angústias,

Tão cabíveis em um lar,

As dores que me causaram,

Nunca pude expressar.

Exilada de minha terra,

Vejo aqui muito mais flores,

Dos espinhos que carrego

Carrego somente amores.

Quando cai a noite fria,

Clamo já pela Ruah;

Que console minhas dores,

Que não pude expressar.

Minha terra é o barro,

Agora em viva matéria;

Quando a tempestade rega,

Leva o medo à miséria;

Traz coragem, venço as dores,

Que não pude expressar.

Mas permita, Deus, que eu viva,

Amparada por Ruah;

Que seu vento organize

O que eu encontro por lá;

E se a coita me inunda,

Que eu possa expressar.