Sou forte e calcificado,
dono de paredes
e parte de todo dia:
sou transeunte
e pedestre.
Tomador de filas
e angustioso guerreiro
da vida,
onde sem parar,
roda o pobre dia.
Sou forte e arrochado:
tomo soldaduras de jasmins
e tônicos bens juvenis.
Me refaço nos cômicos
de dor atroz,
que se encondem entre muros.
Por você eu falo.
Por você me castigo.
E meu vôo é longe,
além do paraíso!
Bem perto do fim do mundo!
Sou a hora dos poucos,
mola mestra da dor,
refugo dos homens,
visão passageira
de mulheres que
me olham por olhar
e me choram por chorar!
Na verdade, dói tudo,
doi de doer, mudo
e calado,
dor
de fenecer.