Sobre lugares e pessoas.
Passei por alguns lugares onde, tenho a impressão,
Nunca mais deles saí.
Nesses lugares sofri e chorei.
Mas nesses lugares, também, sorri.
A causa desse sorrir, naturalmente,
não eram coisas,
Se confundem com locais,
mas são pessoas.
Pessoas reais, com todos seus vícios,
Encarando, diariamente, os seus sacrifícios,
Recebendo muito pouco, ou quase nada,
em seus benefícios.
É curioso, eu sigo o conselho do ENORME Rubem Alves
e procuro nesses lugares não mais voltar.
Pois basta um pequeno descuido,
Para eu lá, novamente, me encontrar.
Em câmera lenta,
Vejo a minha avó, para mim dançar,
Meu velho pai, maravilhosamente, cozinhar,
Eu e minha mãezinha, juntos, abraçados e sozinhos,
a caminhar.
Sei que é inútil a tentativa de reprodução desses momentos,
também sei que já se foram,
são como ventos,
Mas é difícil evitar,
E não voltar e memorar sobre esses tempos.
Então eu escrevo,
com olhos fechados, visualizo,
Sinto o cheiro, mato a saudade,
Me realizo.
E apesar de estar sempre insatisfeito,
No meu coração eu, sinceramente,
agradeço,
por tanto amor e tanto cuidado,
que não mereço,
Porque isso, isso sim e nada mais,
é o que em verdade, não tem preço.
Agradecido, olho para frente
É a razão a me chamar: seja coerente!
O sol nascerá outra vez, novamente,
Com muitas outras histórias para contar,
Com muitos outros presentes.