Sou o circo, 
sou a hora, 
sou o desejo.

 

Sou pálido,
sou assim mesmo.


Sou tudo de nada 
apenas  o árido
 faz meu terço.

 

Se tenho medo?


Tenho tanto medo
que deixo tudo para amanhã.


Ou depois de amanhã, 
seria melhor.

 

Pois lá me deixo  esquecer,
pois depois de amanhã já passou,
ficou tudo para ontem
quem acabou não existindo

 

Nada me leva a nada.
pois meu texto é vesgo!

 

Sou mesmo prematuro
e  cheio de desejos.


Mas isso
foi depois de amanhã.
pois agora, no hoje,
é hora de chorar.

 

Mas, não !
Sou forte e
continuo a
remar !
a procura de
meu amor solto.

 

Parto agora
ou depois
- não tem hora -
mas vou,
pra praça de
quatro trevos!

Onde sentimento
tem nome de vidro
e amor é chamado
 o que faz ardose dos sofridos !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 14/10/2022
Reeditado em 14/10/2022
Código do texto: T7627219
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