De onde vim é terra basta,
chão batido de poeira
e pedras de arrastar.
De onde eu vim,
não é o fim do mundo,
mas também não
é
o início dele.
De onde eu vim
tinha uma pracinha colorida,
um presépio permanente,
ladainhas e procissões de hora
em hora.
Tinha pipoqueiro fausto de
sal e algodão doce,
que implicavam à guloseima das
crianças.
Tinha uma pracinha bem aconchegante;
bancos envernizados,
plantio avulso de árvores e flores
dispersas ao longos de vários
canteiros.
Bem cuidados. Se diga.
De onde eu vim, há
muito tempo,
tempo demais,
não resistiu a aragem dos homens
e sucumbiu arredia ao novo era.
Tinha até orvalho carinhoso e, no verão,
um sol de muita vermelhidão.
Tinha
meninos de rua,
homens de negócios,
charretes flácidas,
e mulheres de toda
hora.
Pena !
De onde vim
era um mundo brando e alegre
e, hoje,
onde estou,
é um mundo novo
sem lembranças,
e, com todos,
armados de espadas
de guerra !