E um dia rodopiou por mim como uma pluma alada
quando fui tentar segurar a mão plena da deusa encantada,mas
tinha escapado pelos galhos que brotam nesta estação
no meu jardim desfavorecido de favores maiores.

Se não quero piedade também não quero autoridade!

Se sou assim é porque moldado fui,
quando criança, por alguma fada sanzona que perdoava tudo
menos você acertar.

E todo seu caminho foi de erros. Perdeu a vida nisso.
Hoje vive de barril em barril e lá de longe, vozes dizem
ardidas:


Ei, seu João não vá morrer igual ao avó seu:
mergulhado e bêbado num tonel de vinho!

E a história gargalha às minhas costas
queira você haja ou não haja e goste ou não goste!

Fui assim,
Pois quando vi o mergulho suicida
também pensei um dia:
tal pai,tal mãe,senão avós:
morre também entubulhado
na sua raiz de raro e embrulhado
que virou chacota pra minha história
pr
toda ela chorar !

Pobre avô, morrido, sem esperanças
num velho e insonoro barril,
que de tão inchado ficou aos meus olhos
que lá ficou conhecido como
o navegante dos sete mares da solidão!

Brava circunstância,
Bravo avô!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 31/10/2022
Reeditado em 01/11/2022
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