Beiro assuntos corriqueiros,
assumo posições de devaneios
- espanto à cobrar -
desistência à provar.
Só me querem bondoso,
igual a uma fruta macia,
reflito raro e sutil,
pois sou de cobrar honroso.
Por isso, hoje,levantei cedo,
empalhado de sono e pensei:
de que vale a vida
se de vida não tenho nada?
Sou boneco falante
moro numa casa gigante
sem portas e janelas
pois sou pobre ouvidor
sem mais donzelas.
Minha vida é medieval,
meu romântico é plural,
meu ser é passageiro,
minha vida
é igual ao vento
maino,
é surreal, pois da
brandura
ele de repente
se torna o caos.