Pincelo em tela de ouro onde amaino meu dissabor.
E lá se misturam lembranças dourados de infância e figuras de meu amor,
que, um dia, lá se chorou,
levando apenas cores e brumas que nunca vão renascer.
São minhas histórias de solidão.
E neste avante, meu sol morreu no reino que só era você, você e eu.
E, num dia, virei passado, e ela em futuro.
E minha história nunca teve fim.
Mas sei que dois mortos fazem uma vida.
E duas vidas nunca fazem a morte.
Mas uma vida
é o princípio
da dor,
da mecha fogueada,
da dor plainada,
do grito cerceado.
Se não sou,
viro a
angústia
dos desesperados.
(Poesia dedicada à Tíciana )