A SAGA DE STANLEY 5/6

A SAGA DE STANLEY V – 27 ago 2022

De fato, o Lualaba era afluente

do Rio Congo, ou Zaire, sem chegar ao Nilo

e nessa aldeia, se bem fosse recebido,

sua situação era totalmente deprimente,

o mar distante, canibais a persegui-lo,

caso tentasse qualquer caminho conhecido,

mas quando tudo já parecia derrotá-lo,

surgiu Stanley, disposto a resgatá-lo!...

O homem que penetrara nesse país selvagem,

com a intenção de converter pagãos,

se transformara em “Descobridor de rios”,

como o chamavam osnavios de sua ancoragem;

havia achado entre eles seus irmãos,

mas já perdera muitos de seus brios,

devastado por tantos sofrimentos,

mesmo mantendo seus velhos pensamentos.

Já Stanley era ainda homem de ação,

explorador quais os dos tempos mais antigos,

com o mesmo molde de conquistador de terras,

descendente tardio de igual feição

aos invasores dos impérios inimigos,

dominadores dos oceanos e das serras,

mas ao invés de um reino conquistar

na África Central tinha outro planejar.

O que buscava antes era a sensação

da descoberta de um fato noticioso,

para enviar a notícia a seus jornais;

outro nome tivera em sua nação,

John Rowland, sem nada de auspicioso,

era filho natural, desvantajoso por demais,

nasceu em 1841 e foi educado em orfanato,

pelo diretor sádico submetido a desacato.

Cansado de suportar a palmatória,

fugiu um dia do estabelecimento

para fazer mandaletes sem qualquer garantia,

com um salário de fome e vida inglória,

até que na Marinha Real prestou juramento,

como grumete, onde novamente apanharia,

mas ao chegar à América do Norte,

desertou do navio, atrás de melhor sorte.

A SAGA DE STANLEY VI – 28 ago 2022

Sabia muito bem que, se capturado fosse,

provavelmente teria sido enforcado,

mas em New Orleans, então com quinze anos,

por certo tempo, seu destino foi mais doce,

por Henry Stanley foi logo contratado,

para trabalhar em seu armazém, mas logo danos

atingiram novamente o jovem refugiado,

mesmo tendo sido por seu patrão adotado.

Pois no momento em que o pai adotivo faleceu,

ficou sabendo que não lhe deixara nada,

salvo seu nome, na redação do testamento

e então dos filhos legítimos recebeu

parelha sorte à dantes encontrada,

sem casa e sem dinheiro num momento,

foi lenhador, depois como caixeiro se empregou

e até mesmo em trabalhador agrícola se tornou.

Durante a Guerra Civil americana

como soldado raso se alistou,

em um regimento dos Confederados;

perdida a guerra, qual marinheiro se proclama

e grande parte do mundo de barco visitou,

quando enviou a jornais comunicados;

em 1807 foi finalmente contratado

pelo Chicago Tribune, por seu trabalho ousado.

Logo a seguir, como repórter começou

no New York Herald, melhor publicação,

como Henry Morton Stanley já escrevendo;

sua tenacidade é que o recompensou,

seus fracassos a transformar em promoção,

suas colunas logo prestígio recebendo;

três mil dólares conseguiu economizar

e o bom emprego acabou por dispensar...

Tornou-se então correspondente de guerra:

como free-lancer enviava seus artigos;

acompanhou o Corpo Expedicionário

Britânico, na invasão da oculta terra

da Abissínia ou Etiópia, enfrentando seus perigos,

sucesso a alcançar até extraordinário,

quando foi o primeiro dos correspondentes

a telegrafar para New York argutos expedientes.