Um passarinho na cabeça.

Até agora não acredito,

é tão difícil que aconteça.

Eu descansando, lendo um livro,

com um passarinho na minha cabeça.

Me assustei, não imaginava,

como podia acontecer?

Fiquei, então, reflexivo.

Mil pensamentos vi nascer.

Os pássaros não confiam em humanos,

isso Rubem Alves já nos disse.

Foi seu pouso mero engano?

Quis mostrar-me o que não visse?

Foi coisa rápida, ligeira.

Sem despedida ao ir embora.

Meus olhos não o acompanharam,

ficou só na minha memória.

Igual quando eu era menino,

o relógio não tinha ponteiro.

Não tinha asas, mas voava,

o tudo e o nada o tempo inteiro.

No céu as pipas sem limites.

O chão de barro desenhado.

Arroz com feijão, que apetite.

Com os amigos, lado a lado.

O passarinho me lembrou,

das alegrias da liberdade.

Nada gourmet ou sofisticado.

Feliz na mais simplicidade.

Estou aqui e sigo vivo.

Um desejo de voar que segue ardente.

Arrumo as malas, reúno forças,

pra bater asas novamente.

Nicollas Madeira
Enviado por Nicollas Madeira em 22/04/2023
Código do texto: T7770411
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