Atrofiado

Não há som mais constante

Pelo seu chamar, clamar

Do observar do contrair

Do músculo da empatia

De outras pessoas

Mas nunca o vi contrair

Este músculo

Tão escondido em seu corpo

Não me surpreenderia caso

Descobrisse a atrofia dessa sua

Tão oculta estrutura sua

Tão oculta que quase não a vi usar

Artista da tristeza

Você usa de sentimento frio

Azul e negativo

Como moeda de troca

Por umas migalhas de afeto

Convite para ligar os fios

Do holofote tão cobiçado

Do qual você se julga

Tão merecedor

Para mostrar suas asas

Todavia

Cada pessoa via

A sombra feita pelas suas asas

Não eram asas de anjos

Eram de morcegos

Vampiros

Demônios

Não eram animais belos e formosos

Eram bichos da mais asquerosas espécie

Daqueles que deformam o piso que pisam

Deforma o chão, afundando-o em sua volta

Prende as pessoas feito buracos de areia movediça

Capturam a atenção dos presentes

A fim de fincar os dentes e sugar

Toda a alegria, energia e felicidade

Em forma de açúcar

Entrego-lhe um pouco de oxigênio

Com uma amostra do meu afeto

Você o respira, e não tarda

Em gritar pedindo mais

Recuo, me afasto

Almejando o meu bem-estar

E confunde isso com antipatia

Usa de acusação, feia denominação

Desfeita contra sua pessoa

Mal percebe ele

Que sua presença

Já é uma desfeita

À minha

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 23/05/2023
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