Cerne

Há um não sei o quê em mim

Que não me gosta

E inflige as leis da dualidade

Imposta pelo meu querer.

Em corpo atado à alma

Tão desanimado aposta

Na imersão de ir embora

Para um onde que não sei quando.

Não é fácil desatar os nós

Tecidos por nossa mãe em útero,

Cingidos por Deus em carne

Atados pelo tempo..

Eu permaneço então

Descrente da capacidade

De ser, estar e de fingir.

É preciso aceitar as dores

Que nos impuseram

Até, por si só sanar

A decisão cruel de mim

Separar-se de mim mesmo!

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 12/10/2023
Reeditado em 12/10/2023
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