SAPATOS NOVOS

Era no labirinto do teu amor

que meu riso ecoava feliz.

Na fluência dos dias

resguardava-me no teu ser

como rosa tenra e rubra.

A música da tua voz

inebriava minh'alma,

ainda que fosse rude e grosseiro.

Vivia numa gaiola de passarinho,

espaço restrito da paixão.

De repente, teu beijo ficou insípido.

Meu corpo que deslizava no teu

acordou dessas ilusões

infundadas e tolas.

Tudo é tão distante agora:

A magia entrelaçou-se

à cortina de fumaça

transpondo as colinas,

as montanhas, o infinito...

A estrada secundária

virou alameda principal.

A esperança não morreu.

Vejo à beira do caminho

flores novas e coloridas...

E, todas elas radiantes

pela manhã seguinte...

Noto que o solo está fértil

por germinar novos dias.

Quero sinceramente

continuar a escrita dessa história:

Que seja suave e delicada

de suculentos desejos,

de novas colheitas,

de gratidão às mãos

que escrevem

na singularidade

e na sequência

essa vida tão bela!

Quero um par de sapatos novos

para ir até o fim.

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Interação do caríssimo Poeta Olavo, postada com carinho.

Faça da sua desilusão

um jeito terno de amar

Entregue o seu coração

p'ra outro alguém habitar.

Creusa Lima
Enviado por Creusa Lima em 11/11/2023
Reeditado em 27/01/2024
Código do texto: T7929648
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