SAPATOS NOVOS
Era no labirinto do teu amor
que meu riso ecoava feliz.
Na fluência dos dias
resguardava-me no teu ser
como rosa tenra e rubra.
A música da tua voz
inebriava minh'alma,
ainda que fosse rude e grosseiro.
Vivia numa gaiola de passarinho,
espaço restrito da paixão.
De repente, teu beijo ficou insípido.
Meu corpo que deslizava no teu
acordou dessas ilusões
infundadas e tolas.
Tudo é tão distante agora:
A magia entrelaçou-se
à cortina de fumaça
transpondo as colinas,
as montanhas, o infinito...
A estrada secundária
virou alameda principal.
A esperança não morreu.
Vejo à beira do caminho
flores novas e coloridas...
E, todas elas radiantes
pela manhã seguinte...
Noto que o solo está fértil
por germinar novos dias.
Quero sinceramente
continuar a escrita dessa história:
Que seja suave e delicada
de suculentos desejos,
de novas colheitas,
de gratidão às mãos
que escrevem
na singularidade
e na sequência
essa vida tão bela!
Quero um par de sapatos novos
para ir até o fim.
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Interação do caríssimo Poeta Olavo, postada com carinho.
Faça da sua desilusão
um jeito terno de amar
Entregue o seu coração
p'ra outro alguém habitar.